O novo cenário da estética: inclusão como diferencial competitivo
Por muitos anos, o mercado de estética se comunicou com um público-alvo bastante limitado, majoritariamente mulheres jovens, de pele clara, dentro de um padrão estético restrito.
Mas o comportamento do consumidor mudou. Hoje, a beleza é plural, e novos grupos passam a buscar atendimento especializado: homens, pessoas maduras, peles negras, pessoas com deficiência, pacientes oncológicos e pessoas trans.
Esses públicos representam o que chamamos de “cliente invisível”, perfis reais, com demandas específicas, mas que ainda não encontram representatividade, protocolos adequados ou acolhimento em muitas clínicas.
Segundo dados da Allied Market Research (2024), o setor global de estética voltada para homens cresce a uma taxa anual de 10,3%, e o público 50+ já representa mais de 25% dos consumidores de procedimentos não invasivos.
No Brasil, o IBGE (2023) aponta que 56% da população é composta por pessoas negras ou pardas, e, ainda assim, menos de 30% dos cursos de estética oferecem conteúdos sobre fototipos altos ou diversidade cutânea.
Essa desconexão é, na verdade, uma oportunidade.
Quem se prepara para atender o que o mercado ignora, cria autoridade, diferenciação e fidelização.
Por que ainda há clientes “invisíveis” na estética?
1. Falta de formação técnica específica
Grande parte dos currículos ainda foca em protocolos padronizados e modelos de pele fototipo III/IV (Fitzpatrick) que são peles claras, deixando lacunas em temas como pele negra, masculina ou madura.
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD, 2023), há diferença significativa na resposta da pele a ativos clareadores e tecnologias de luz e o desconhecimento desses fatores aumenta o risco de resultados indesejados.
2. Comunicação pouco representativa
Campanhas e materiais de clínicas ainda retratam um padrão único de beleza. Isso faz com que potenciais pacientes não se sintam pertencentes ou confiantes para procurar atendimento.
Um estudo mostra que 64% dos consumidores preferem marcas que valorizam diversidade e inclusão em sua comunicação.
3. Ausência de protocolos personalizados
Cada grupo apresenta necessidades distintas, desde variações hormonais, padrões de colágeno e sensibilidade cutânea até aspectos emocionais.
Sem preparo técnico e sensibilidade clínica, muitos profissionais acabam limitando suas possibilidades de atuação.
Os públicos negligenciados que representam grandes oportunidades
1. Homens e o crescimento da estética masculina
Os homens representam 30% a 35% dos clientes de clínicas de estética e cirurgia plástica no país.
A busca é crescente por procedimentos que melhorem textura, sustentação facial e bem-estar, mas sem alterar a naturalidade.
Protocolos de bioestímulo, limpeza profunda e rejuvenescimento discreto são altamente procurados, e poucos profissionais estão preparados para esse atendimento.
2. Pele negra: o maior mercado emergente da estética
A estética para peles negras exige domínio técnico: maior densidade dérmica, predisposição à hiperpigmentação e necessidade de ativos específicos.
Clínicas que oferecem protocolos seguros para fototipos V e VI se destacam.
Pesquisas da L’Oréal Research & Innovation (2023) apontam que 60% das mulheres negras no Brasil afirmam não encontrar profissionais especializados em suas necessidades de pele.
3. Público maduro e estética 50+
O Brasil caminha para ser um dos países mais envelhecidos do mundo até 2040.
Segundo o IBGE (2024), 1 em cada 4 brasileiros terá mais de 60 anos.
A estética para esse público demanda domínio de bioestimulação, regeneração tecidual e tecnologias que respeitem o metabolismo cutâneo.
Clínicas que constroem protocolos de longevidade estética conquistam pacientes fiéis e de alto valor agregado..
4. Estética oncológica e reparadora
O número de pacientes oncológicos em tratamento no Brasil ultrapassa 2 milhões, segundo o INCA (2023).
A estética oncológica é uma das áreas de maior expansão e exige conhecimento científico, empatia e segurança técnica.
Profissionais especializados conseguem atuar de forma multidisciplinar, melhorando a autoestima e o bem-estar de pacientes em fases delicadas.
5. Pessoas trans e estética afirmativa
O público trans ainda é o mais negligenciado nos atendimentos estéticos.
Protocolos de harmonização facial, cuidados hormonais e reconstrução de características secundárias exigem preparo técnico e sensibilidade social.
Segundo a Harvard Health Publishing (2023), profissionais que passam por treinamento específico em diversidade aumentam em 45% a satisfação e fidelização desse público.
Como identificar e se preparar para atender esses nichos
- Observe padrões de exclusão: quem não aparece nas suas campanhas, fotos e atendimentos?
- Estude necessidades biológicas específicas: composição da pele, resposta a ativos, sensibilidade a energia, etc.
- Atualize-se constantemente: participe de cursos, congressos e especializações que abordem diversidade e inovação estética.
- Adote comunicação inclusiva: mostre, nas suas redes e materiais, pessoas reais e plurais.
- Crie protocolos personalizados: combine técnica, acolhimento e evidência científica.
A estética é, acima de tudo, uma forma de cuidado, e cuidar é reconhecer o outro.
O papel da formação superior na construção de profissionais mais inclusivos
A ITA Educacional tem como propósito formar profissionais de estética com base científica, visão ampliada e sensibilidade humana. Em suas pós-graduações e cursos avançados, o aluno desenvolve:
- Competência técnica em diferentes tipos de pele e biotipos;
- Conhecimento em tecnologias injetáveis e não invasivas;
- Capacidade de personalizar protocolos de acordo com idade, gênero e condição clínica;
- Entendimento sobre ética, empatia e atendimento humanizado.
Essa abordagem é o que diferencia o profissional ITA: domínio técnico com consciência social e propósito.
Estética inclusiva: mais que tendência, uma responsabilidade profissional
Atender o cliente invisível é mais do que preencher uma lacuna de mercado, é evoluir como profissional e como sociedade.
Ao se especializar em nichos negligenciados, o esteticista amplia seu impacto, fortalece sua reputação e contribui para uma estética mais ética, científica e humana.
A beleza do futuro é diversa.
E quem se prepara agora será referência quando o mercado finalmente enxergar o que você já viu primeiro.
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