Peelings e ativos farmacológicos: como a ciência aumenta a eficácia e reduz irritações na pele

por | dez 19, 2025 | Beleza & Estética

Se você atua ou quer atuar com peelings e ativos farmacológicos na estética, provavelmente já ouviu o mesmo relato mais de uma vez:

“Usei tudo o que me falaram, fiz peeling, comprei o ácido… e minha pele só ficou irritada. Resultado que é bom, nada.”

Por trás dessa frustração existem decisões técnicas sobre moléculas, pH, concentração, veículo e tempo de contato que não podem ser guiadas apenas por tendência de rede social. É aqui que entra a Farmácia Estética baseada em evidências, unindo ciência, segurança e beleza, exatamente a proposta dos cursos de pós-graduação da ITA Educacional, com aulas ancoradas em evidência científica e prática clínica.

Neste artigo, vamos conectar o que a literatura mostra sobre peelings e ativos farmacológicos às principais dores dos pacientes: falta de eficácia e irritações cutâneas, e mostrar como o conhecimento farmacológico diferencia o profissional que entrega resultado de quem apenas aplica protocolo pronto.


Por que tantos pacientes se frustram com peelings e ativos “da moda”?

A queixa é recorrente:

  • pele sensível, ardendo por dias;
  • manchas que escurecem em vez de clarear;
  • sensação de “joguei dinheiro fora porque não vi diferença”.

Na prática, isso costuma estar relacionado a três fatores:

  1. Escolha inadequada do agente químico para o tipo de pele e indicação clínica;
  2. Desconhecimento sobre farmacocinética cutânea – como o ativo penetra, age e é neutralizado;
  3. Ausência de preparo e pós-cuidado estruturado, que aumenta inflamação e risco de hiperpigmentação.

A boa notícia é que a literatura em Dermatologia Estética oferece referências robustas sobre eficácia e segurança de peelings químicos quando bem indicados, com melhora consistente de textura, pigmentação e acne, e apenas eventos adversos leves e transitórios na maioria dos pacientes. 


O que a ciência já sabe sobre peelings químicos e ativos farmacológicos

AHAs e BHAs: quando a esfoliação profunda vira resultado

Estudos recentes mostram que alfa-hidroxiácidos (AHAs), como ácido glicólico e lático, e beta-hidroxiácidos (BHAs), como o ácido salicílico, podem melhorar textura, poros dilatados, acne e hiperpigmentação quando usados em concentrações e intervalos adequados. 

  • Em peelings superficiais, observaram-se melhoras significativas na pigmentação pós-acne, com boa tolerabilidade e efeitos adversos limitados a ardor leve, eritema e descamação controlada
  • Revisões sistemáticas reforçam que a profundidade do peeling (superficial, médio, profundo) e o pH da formulação são determinantes para resultados e riscos, exigindo conhecimento técnico para individualizar o protocolo.

Ou seja: o problema não é o AHA ou o BHA em si, mas quem prescreve, como dosa e em qual pele aplica.

Retinoides: ouro clínico… e também causa de irritação

Os retinoides tópicos (como tretinoína e retinol) são considerados padrão-ouro em rejuvenescimento, regulação da queratinização e manejo de diversas dermatoses. Revisões recentes destacam seu papel na modulação da barreira cutânea, na proliferação de queratinócitos e na remodelação de colágeno. 

Mas o mesmo grupo de fármacos também está entre os mais relacionados a:

  • eritema intenso,
  • ardor,
  • ressecamento e descamação,
  • sensação de “queimadura química”.

Estudos experimentais mostram que retinoic acid pode alterar estrutura e função da barreira cutânea, aumentando a permeabilidade e a inflamação local, o que explica o potencial irritativo, especialmente quando associado a outros ácidos ou peelings em curto intervalo.

Ativos despigmentantes e o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória

No manejo de melasmas e hiperpigmentações, combinações com ácidos despigmentantes e peelings fazem parte das condutas recomendadas. Porém, diretrizes recentes alertam: em fototipos altos (muito comuns no Brasil), a agressão excessiva pode levar à hiperpigmentação pós-inflamatória (PIH), especialmente se o paciente não segue fotoproteção rigorosa. 

Aqui, a fronteira entre melhora clínica e piora do quadro é extremamente fina e passa, de novo, pelo raciocínio farmacológico.


Onde nascem a falta de eficácia e as irritações cutâneas?

Na prática clínica, a combinação “resultado ruim + irritação” costuma vir de um conjunto de erros:

  • Indicação genérica: aplicar o mesmo protocolo para acne inflamatória, melasma centrofacial e fotoenvelhecimento leve.
  • Desconexão entre molécula e alvo biológico: usar ativos cujo mecanismo não conversa com a principal queixa do paciente.
  • Desconhecimento de interações: combinar peelings, retinoides e esfoliantes físicos no mesmo período.
  • Ausência de preparo da pele: começar com peelings médios em peles não condicionadas.
  • Pós-peel improvisado: falta de barreira reparadora, de fotoproteção adequada e de orientações claras.

Estudos sobre complicações de peelings enfatizam que erros na seleção do paciente, na escolha do agente e na técnica estão por trás da maioria dos casos de eritema prolongado, infecção, hipercromias e cicatrizes.


Como o raciocínio farmacológico aumenta a eficácia e reduz complicações

A diferença entre “mais um peeling” e um protocolo farmacêutico avançado está em como o profissional integra:

  • mecanismo de ação,
  • farmacodinâmica,
  • segurança de uso,
  • evidência científica,
  • e contexto de vida do paciente.

Avaliação de pele, fototipo e histórico medicamentoso

Antes de pensar em ácido, o farmacêutico esteta treinado avalia:

  • fototipo de Fitzpatrick (PIH é mais frequente em fototipos altos);
  • uso de retinóides sistêmicos ou tópicos recentes;
  • presença de dermatoses como rosácea, dermatite atópica e eczema (que aumentam o risco de irritação);
  • histórico de queloide ou cicatrização anômala;
  • hábitos de exposição solar.

Essa leitura de contexto reduz drasticamente a chance de peelings mal indicados e orienta a escolha de agentes mais gentis (como mandélico ou lático em vez de glicólico concentrado, por exemplo).

pH, concentração e tempo de contato: a matemática do resultado

A literatura é clara: pele não responde apenas à “força do ácido”, mas a um conjunto de variáveis. Estudos comparando diferentes concentrações e pH em peelings mostram que pequenas mudanças nesses parâmetros podem modificar intensidade de descamação, nível de eritema e grau de melhora clínica.

Na prática, isso se traduz em decisões como:

  • reduzir concentração e prolongar número de sessões em peles reativas;
  • ajustar pH para diminuir agressividade sem perder eficácia;
  • modular tempo de contato conforme tolerância observada na cabine.

Preparo e pós-peel: o que o paciente faz em casa muda tudo

Mesmo o melhor peeling pode ser comprometido se o paciente:

  • usa esfoliante físico no dia seguinte;
  • associa retinoide de forma inadequada;
  • “esquece” o protetor solar.

Por isso, protocolos embasados costumam incluir:

  • fase de preparo com ativos tolerogênicos (como niacinamida e hidratantes de barreira);
  • pausa ou ajuste de retinoides antes da sessão;
  • pós-peel estruturado, com barreira reparadora, fotoproteção ampla e, muitas vezes, intervalos mínimos entre sessões.

Essa visão integrada é o que a pós-graduação em Farmácia Estética da ITA Educacional trabalha com profundidade, conectando farmacologia, estudo de casos e prática supervisionada para que o profissional domine a jornada completa do paciente – da primeira consulta ao pós-procedimento. 


Sinais de alerta: quando o peeling está fazendo mais mal do que bem

Para o paciente e para o profissional, alguns sinais exigem atenção imediata:

  • eritema intenso que persiste por muitos dias;
  • dor desproporcional e formação de crostas espessas;
  • surgimento de áreas acastanhadas ou acinzentadas (sinal de PIH ou dano mais profundo);
  • sensação de “pele em carne viva” ao toque.

Parte das complicações descritas em revisões de peelings químicos poderia ser evitada com seleção adequada de protocolo, preparo de pele e monitoramento em tempo real. 

Mais do que “seguir o protocolo”, o farmacêutico precisa saber quando parar, quando neutralizar e quando não avançar de profundidade.


Da bancada para a cabine: o papel do farmacêutico esteta

No Brasil, o farmacêutico esteta tem a oportunidade de unir:

  • domínio de moléculas, veículos e estabilidade de formulações;
  • compreensão de mecanismos de ação cutânea;
  • e visão clínica da resposta da pele no tempo.

É esse profissional que pode explicar para o paciente:

  • por que um peeling mais suave, em várias sessões, pode ser mais eficaz do que uma abordagem agressiva;
  • como a combinação estratégica de peelings + ativos tópicos potencializa resultados;
  • quais cuidados vão manter a pele saudável entre uma sessão e outra.

A ITA Educacional, referência em Estética Avançada, estrutura suas pós-graduações em Farmácia Estética com foco em prática baseada em evidência, estudo crítico de artigos e experiências em cabine que simulam a realidade do consultório.

Para o lead que está no meio da jornada, esse é o momento de perceber que não basta saber aplicar, é preciso entender profundamente o que se está aplicando.

1. Por que meu paciente não vê resultado mesmo fazendo vários peelings?
Porque, muitas vezes, o protocolo não está alinhado ao alvo biológico da queixa principal. Um peeling voltado para renovação superficial, por exemplo, não terá o mesmo impacto em PIH profunda ou melasma resistente. Sem conhecimento farmacológico, o profissional tende a repetir a mesma abordagem esperando resultados diferentes.

2. Toda irritação após peeling é normal?
Leve ardor e descamação controlada são esperados. Porém, eritema intenso, dor forte, crostas espessas e manchas escuras novas podem indicar complicação e exigem avaliação imediata. A literatura mostra que a maioria desses eventos poderia ser evitada com ajuste de agente, concentração e preparo adequado da pele. 

3. Posso associar peelings químicos com retinoides tópicos?
Sim, mas essa combinação precisa ser criteriosa. Retinoides são irritantes potenciais e alteram a barreira cutânea; associá-los a peelings sem intervalo adequado eleva o risco de inflamação exacerbada e PIH, principalmente em fototipos altos. 

4. Como reduzir o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória?
Selecionando o paciente, modulando agressividade do peeling, garantindo fotoproteção rigorosa e utilizando ativos anti-inflamatórios e reparadores no pós. Diretrizes sobre manejo de PIH reforçam a importância de protocolos graduais e do acompanhamento próximo, especialmente em peles morenas e negras.


Próximos passos: transformar conhecimento em prática segura

Peelings e ativos farmacológicos não são vilões. Eles se tornam problemas quando são aplicados sem:

  • leitura crítica da literatura;
  • compreensão dos mecanismos farmacológicos;
  • visão de longo prazo para a pele do paciente.

Para o profissional que está considerando uma pós-graduação em Farmácia Estética, este é o ponto de virada: sair do uso empírico de ácidos e ativos e passar a atuar com protocolo embasado, segurança clínica e clareza de resultado.

Na Faculdade ITA Educacional, os cursos de Estética Avançada foram desenhados justamente para isso: aproximar ciência e prática, com aulas baseadas em artigos científicos, vivência em cabine e um olhar de carreira para o farmacêutico que quer se diferenciar no mercado. Se o seu paciente já chegou até você reclamando de falta de eficácia e irritações cutâneas, esse é o sinal de que o mercado precisa de profissionais com profundidade farmacológica e de que está na hora de dar o próximo passo na sua formação.

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